quarta-feira, 12 de novembro de 2014


Blog feito pelas alunas da UNILAB:

Rafaela Bacelar
Sara Salvaterra
Solange Cabral
Vane Abreu
Vera Lucia Bispo

ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcos Carvalho Lopes - UNILAB

Questões a respeito do tema: Filosofia profissional.


  Diante dos aspectos desse blog, podemos ver duas visões; sendo elas as de APPIAH e de HOUNTONDJI. Aonde APPIAH, sendo considerado um filosofo profissional, no capítulo 5, do livro "Na casa de meu pai",  ele critica as pessoas que acham que existiria uma filosofia tradicional na cultura africana, não linguistica e não colocada na linguagem; diante disso, ele vai dizer que isso não é considerada filosofia e sim etnofilosofia. Daí, ele tenta explicar que para se fazer filosofia, tem que tomar conhecimento das outras tradições e fazer a filosofia a partir dos problemas que temos na África, não simplesmente se apropriar da cultura que já existe e acha que isso é filosofia, tem que ser tradições diferentes. Com relação a isso, ele então procura criticar a etnofilosofia.
     Já HOUNTONDJI, ele defende a questão de a filosofia ser totalmente escrita. Ele rejeita tudo o que não é escrito. Identificando a "[...]filosofia africana como a bibliografia ou literatura filosófica africana, permitindo ter noção das contradições e dos debates internos, das tensões intelectuais que dão vivacidade a esta filosofia e que fazem da cultura africana, no seu todo, uma cultura viva e não morta." (HOUNTONDJI, p.125).

Agora vem as perguntas...

Posicionamento dos alunos em questão. 

- Existem filosofias escritas não academicas? 

Sim. Pois, no nosso dia-a-dia, somos sujeitos a praticar a filosofia. Temos os exemplos de ditados populares, que aderimos como cresças verdadeiras sem mesmo ter sido levadas aos filosofos da academia para aprovarem. Como a bíblia, nela encontramos diversos versículos que aos que creem seguem como uma filosofia de vida e uma outra hipótese é a de uma simples citação que diz o seguinte: "Quando dois elefantes brigam em um campo, quem sai ferido?", isso é uma pergunta a se questionar. Tendo como resposta a grama. Com a seguinte explicação: Como os elefantes são grandes (estão no alto), quando eles caem, atingem a grama; comparando com as pessoas, que geralmente quem está em cima e caem, ferem aquelas pessoas que estão em baixo, ou seja, as pessoas inferiores. Como também quando tem pessoas que estão em tribulações, elas falam "estou pisando em ovos", ou "você esta fazendo tempestade em copo d'água". Esses ditados  são escritos, para que novas gerações tenha conhecimento delas.

- Existe filosofias nos saberes tradicionais?

Acreditamos que sim, porque se uma pessoa ao filosofar tem como consequência "pensar" e ao pensar se obtém um saber aprofundado. De acordo com a definição de filosofia ela é um modo de vida; sendo que o mesmo ao filosofar, tem um olhar mais complexo sobre um objeto de estudo. Por exemplo, uma pessoa sem visão filosófica, vê uma cadeira como um simples objeto com o intuito de se sentar e mais nada, porém alguém que pensa filosoficamente vai olhar a cadeira com uma perspectiva mais abrangente. Outro exemplo é que dentro de uma visão filosófica uma pessoa não banha no mesmo rio duas vezes, pois segunda a ideologia de Heráclito, como a água é corrente, a cada banho ela se renova, mas fora do mundo filosófico,  pode ser que nem todos tenham essa mesma visão.

A visão de Hountondji sobre a filosofia!



     O Paulin J. Hountondji se centraliza sobres o estudo africanos, questionando se realmente  existiria unidades entre as disciplinas africanas, como lingüística, filosofia, historia e política, procurando partir de perspectivas e ângulos diferentes. O mesmo parti do principio que a historia da áfrica entende-se normalmente como um discurso histórico proveniente da África ou produzido pelos africanos, sobretudo quando afirma que a lingüística africana é entendida como o estudo de línguas africanas e não necessariamente um estudo por africanos. Entretanto no campo da filosofia o autor menciona que a filosofia africana  não devia ser vista concebida como uma mundivisão implícita partilhada inconscientemente por todos africanos e que a filosofia Africana não era senão uma filosofia feita por africanos , relacionando assim com a etno-filosofia que vai definir como a base em que as sociedades de pequena escala ou sociedades primitivas , como são chamadas , vigorava uma total unanimidade , com toda a gente a concordar , por assim dizer com toda a gente. Para ele a filosofia africana abrangia todo um conjunto diverso de obras que pouco ou nada têm a ver com a questão concreta da existência de uma filosofia africana e que não cabia dentro da classificação.


Referência: Capítulo 3, "Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre os estudos africanos, do livro "Epistemologias do sul", de Paulin J. Hountondji.

CRITICA A ETNOFILOSOFIA !



O que é a etnofilosofia? 
A etnofilosofia é quando você mistura a antropologia com filosofia, com o intuito de estudar um povo e com isso, vai demonstrar que aquele povo tem uma filosofia. 

A crítica a etnofilosofia, segundo APPIAH:
A princípio, devemos examinar toda a gama de coisas que passaram a ser denominadas de "filosofia africana" e se perguntando quais dessas atividades realmente valem a pena, ou melhor, quais são de fato interessantes. Com isso, Appiah deixa bem claro que de forma alguma quer prejulgar a opinião de Hountondji, que é a de que tem a filosofia tem que ser escrita, ele quer apenas questionar e mostrar que ao seu ver, que há muitas coisas a dizer em prol e muita coisa a dizer contra; com o intuito de mostrar uma visão da filosofia africana escrito como uma maneira de dar continuidade as atividades intelectuais africanas. E que nesse caso, ele procura explicar que a formação dos outros africanos se da nas tradições no Ocidente, de tal forma que podemos relatar que a situação de qualquer intelectual africano contemporâneo, se da em relação às culturas de seus ex-colonizadores. E que temos que ter a mente aberta para não nos confundimos, pois é vista que de uma maneira ou de outra, a filosofia da África surge de suas tradições.

Referência: Capítulo 5, do livro "Na casa de meu pai", APPIAH, Anthony Kwame.

domingo, 9 de novembro de 2014

Paulin J. Hountondji

TRADUÇÃO:

  Hountondji começou sua carreira acadêmica na França, ensinando na Universidade de Besançon de 1967 até 1970. Sua preocupação principal, no entanto, não era simplesmente ensinar filosofia, nem mesmo praticar a teoria crítica do neo-Marxismo, mas apresentar à África um conhecimento filosófico apropriado aos problemas de desenvolvimento. Portanto, Hountondji retornou rápido à sua terra natal,  preenchendo cargos universitários primeiro no Zaire (atual Congo), e a partir de 1974 na Universidade Nacional de Benin, em Cotonou.                                                                                       
   Enquanto esteve no Zaire, na Universidade Nacional em Lumumbashi, Hountondji começou seu trabalho como um "filósofo ativista." Em 1972, ele fundou o Jornal Africano de Filosofia, e em 1973 ele se tornou o secretário-geral executivo do Conselho Inter-Africano de Filosofia. Seu propósito nesses empreendimentos era dupla: primeiro, promover uma comunicação continental entre os filósofos e portanto ajudar a profissionalização da disciplina na África; e segundo, para desenvoler o seu próprio conhecimento em filosofia como crítica e científica. Ele já tinha começado a articular esse conhecimento em uma série de palestras e artigos que, depois de revistos e complementados formara a base de Filosofia Africana: Mito e Realidade.

   Durante esse período, Hountondji se envolveu na política e administração de Benin. Benin (então Daomé) se tornou independente em 1960; de qualquer forma, sua situação política estava completamente instável nos anos 60 e começo dos anos 70. Breves períodos de governos civis fracionados foram pontuados por uma série de golpes militares. Finalmente, em outubro de 1972, o Major (mais tarde general) Mathieu Kerekou tomou o poder.

  A revolução de Kerekou transformou a vida política e economica. Pelos próximos anos, Daomé se tornou Benin, relembrando o poder do império pré-colonial. Muito da economia foi estatizada, e os partidos políticos existentes foram  substituídos pelo partido de Kerekou, Partido da Revolução Popular de Benin. O Marxismo-Leninismo foi proclamado a ideologia nacional. O papel exato de Hountondji na revolução é impossível de determinar, mas alguns fatos são conhecidos. Em 1973, ele publicou  um livro sobre a revoluçãom e em 1974 se tornou professor na Universidade Nacional. Suas tendências filosóficas eram claramente Marxistas, e algumas das sugestões educacionais de Hountondji, como descritas em Filosofia Africana, foram implementadas em Benin.

   Deve-se notar que os escritos de Hountondji enfatizam a necessidade de liberdade política, com florescimento da filosofia e da ciência e que a revolução de Benin, apesar de mal sucedida em estabelecer o socialismo, foi relativamente não-repressiva.

   Em meados da década de 1970, a primeira fase do pensamento filosófico de Hountondji estava completa. A publicação de Filosofia Africana estabeleceu sua posição como o principal crítico de "filosofia étnica".

   Como um discípulo Marxista de Althusser, Hountondji aprendeu a ler qualquer sentença filosófica como uma questão de situação socioeconômica. Ele portanto emprego filosofia étnica - ou seja, representações da "Filosofia Africana Tradicional" - no contexto do desenvolvimento africano ou, mais precisamente, não desenvolvimento africano. Para Hountondji, filosofia étnica legitimiza e até mesmo celebra uma África que era pré-colonial, colonialou alguma combinação dois dois que era muito inferior, em termos tecnológicos, às nações européias e outras nações ocidentais.

Referência: Texto retirado desse link, htt://www.enotes.com/topics/paulin-j-hountondji , em inglês. Tivemos que traduzir para o português.

Principais filósofos contemporâneos dessa corrente:


Kwame Anthony Appiah



TRADUÇÃO:

   Kwame Anthony Akroma-Ampim Kusi Appiah nasceu em Londres (onde seu pai ganês era um estudante de direito), mas ainda na infância se mudou para Gana, onde cresceu. Seu pai, Joseph Emmanuel Appiah, advogado e político, foi também, muitas vezes, membro do parlamento, embaixador e presidente da Ordem dos Advogados de Gana; Sua mãe, romancista e escritora infantil, Peggy Appiah, cuja família era inglesa, foi ativa na vida social, filantrópica e cultural de Kumasi. O casamento deles em 1953, foi largamente coberto pela imprensa internacional, pois foi um dos primeiros casamentos interraciais na Grã-Bretanha; e é dito que foi uma das inspirações para o filme "Adivinhe Quem Vem Para Jantar". Em 1970, o tio-avô de Appiah, Otumfuo Sir Osei Agyeman Prempeh II, foi secedido pelo seu tio, Otumfuo Nana Poku Ware II, como Reii de Ashanti. As três irmãs mais novas de Appiah Isobel, Adwoa e Abena nasceram em Gana. Na infância ele também passou muito tempo na Inglaterra, com sua avó, Dame Isobel Cripps, viúva do estadista inglês Sir Stafford Cripps (Cripps foi Chanceler britânico do Tesouro Público, ou Ministro das Finanças, também envolvido nas negociações dos termos de independência na Índia) .

Educação

   Professor Appiah foi educado na Escola Primária Universitária da Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia, Kumasi, em Ullenwood Manor, em Gloucestershire, e Escolas Porto Regis e Bryanston, em Dorset; e, finalmente, no Clare College, Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde ele concluiu os graus BA e Ph.D. no departamento de filosofia.

Carreira

  Sua tese de Cambridge explorou os fundamentos da semântica probabilística, juntando questões de filosofia da linguagem e filosofia da mente; uma vez revisados, essas teses foram publicadas pela imprensa da Universidade de Cambridge como afirmações e condicionais. Além dessa primeira monografia escreveu um segundo livro, For Truth in Semantics (A Verdade em Semântica), que tratava das defesas de Michael Dummett de semântica anti-realismo. Depois de Cambridge, ele ensinou nas universidades de Yale, Cornell, Duke e Harvard, e lecionou em muitas outras instituições nos Estados Unidos, Alemanha, Gana, e África de Sul, bem como na Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais em Paris; e de 2002 até 2013 foi membro do corpo docente da Universidade de Princeton, onde tinha compromissos no Departamento de Filosofia e no Centro Universitário de Valores Humanos, bem como sendo associado com o Centro de Estudos Afro-Americanos, os Programas de Estudos Africanos e Estudos de Tradução, e os Departamentos de Literatura e Política Comparada. Em janeiro 2014, ele assumiu um cargo como professor de Filosofia e Direito na Universidade de Nova York, onde leciona tanto em Nova York e em Abu Dhabi e em outros centros globais da NYU.

   A África Ocidental Francesa, durante a juventude de Paulin J. Hountondji, ainda estava sob domínio colonial europeu. A Costa do Marfim, Daomé (hoje Benin), e outros estados-nação como Senegal e Guiné eram territórios da França, caminhando para a independência. A influência francesa, linguística, cultural e política permaneceu forte. Talentosos estudantes africanos ficaram divididos entre império e independência. Hountondji terminou o ensino médio em 1960, ano em que Daomé conquistou sua independência, e seguindo uma longa tradição, ele continuou sua educação na França.

   Em Paris, durante os anos 60, Hountondji absorveu a combinação Marxista de políticas socialistas revolucionárias e filosofia científica. Ele se graduou na prestigiada Escola Normal Superior de Paris em 1966, com diploma em filosofia, e fez o trabalho de doutorado com orientação do filósofo Marxista Louis Althusser. Sua tese de doutorado, em fenomenologia de Edmund Husserl, foi completada em 1970.

   Tanto Husserl quanto Althusser entendiam filosofia como uma ciência. Para Husserl, o papel da filosofia era dar uma descrição precisa e sistemática de um dado fenômeno, evitando assim a especulação e garantindo a certeza. Para Althusser, a filosofia era a identificação crítica do objeto de cada ciência específica e o entendimento das condições, especialmente socioeconômicas, sob as quais a ciência produz determinado objeto. Essas perspectivas não são idênticas, mas as duas enfatizam que filosofia é o método de entender criticamente a criação do conhecimento.

Referência: Texto encontrado em inglês no link: htt://appiah.net/biography/, e traduzido pelas alunas para o português.


O que significa Filosofia Profissional?



A filosofia profissional, é aquela considerada pelos filósofos tradicionais, que tenham feito o curso de filosofia na academia; o profissionalismo esta nisso.

Referencia: Com conhecimentos através da leitura do dos texto de:
APPIAH, Kwame Anthony, "Na casa de meu pai", Capitulo 5, A etnofilosofia e seus críticos e observações do Prof. Dr. Marcos Carvalho Lopes - UNILAB - BA.



Filosofia profissional é a visão européia de pensar, refletir e raciocinar, já que tal forma é relativamente nova na maioria da África. Essa visão seria a resposta mais comum da maioria dos filósofos ocidentais. A filosofia africana tende a crescer em termos de trabalho filosófico e aplicação.

Referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_africana#Filosofia_profissional